Psycodélicos: Muita essência e psicodelia

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Dizem que a psicodelia nas festas está acabando, eu prefiro acreditar que ela está apenas se readaptando.

Durante esses mais de dez anos no cenário aprendi que o trance significa muito mais que um top DJ no palco ou aquela mega hiper super produção com direito a telão 3D e a Psycodélicos, festa que nasceu em Curitiba através de um grupo de amigos, veio para comprovar isso.

No ínicio deste ano tivemos a segunda edição e assim como a primeira trouxe muita arte, música, boa energia e principalmente a vontade de continuar brigando por uma cena mais honesta e psicodélica.

Abaixo você confere uma rápida entrevista com Douglas Behrend, um dos fundadores desta festa que já faz parte do calendário (maia) anual de Curitiba.

Como surgiu a ideia de criar a psycodelicos?
Temos um grupo de whatsapp criado pelo Marcelo Hussein há uns três anos, onde postamos todas as festa que vamos e a zueira do dia a dia. Em 2015 durante uma conversa de bar, na hora da “emoção” o nosso amigo Fabiano “Garça” juntamente com o Guilherme “Joyn” e o Jean “Tex” tiveram essa ideia de “girico” de organizar uma festa.
A gente como amigos não podíamos deixa-los na mão, resolvemos pular de cabeça, completamente sem noção do que estávamos fazendo. Pois nunca sequer tinha passado por nossa cabeça organizar uma festa.

Como vocês veem atualmente o cenário trance curitibano?
Tenho orgulho do cenário curitibano, tenho muitos amigos por causa disso, olha só na última psycodelicos, vários “dinossauros” do trance acreditaram na gente e nos apoiaram nessa ideia.
O trance é união e amizade. Curitiba tem vários e ótimos DJ, temos festas e festivais muito bem organizados. Galera que representa mesmo, uma das melhores festas do Brasil, a Progressive, acontece no nosso quintal.

Você sempre esteve nas pistas, como foi estar do outro lado — de organizador? Quais as principais dificuldades encontradas?
A pista foi, é e sempre será minha segunda casa. É paixão mesmo! Porém depois dessa experiência passamos a ver as festas com outros olhos. Acho que todos que vão em rave e criticam a organização, deveriam tentar organizar pelo menos uma festapara ver qual é. Na quantidade de coisas que tem que ser pensadas, e executadas. Nos conflitos, nas cagadas e mais um monte de coisas que envolve uma festa.
A divergência de ideias dos próprios organizadores acho que foi a maior dificuldade, cada um pensa de um jeito, e isso gerou alguns atritos. Achar a chácara também foi bem foda. Rodamos mais de 30 chácaras para achar uma que primeiramente permitisse fazer uma rave, que deixasse ela ser feita a noite e por ultimo que coubesse no orçamento.
Por fim a dificuldade de vender as pulseiras, fizemos uma prospecção de chamar só amigos e amigos de amigos e mesmo assim você tem que fazer milagre para convencê-los a acreditar junto com você, acreditar no seu sonho. Gostaria de agradecer aqui, do fundo do coração, a todos que acreditaram!

O que vocês aprenderam com a primeira edição que puderam utilizar na segunda.
Na verdade achávamos que tínhamos aprendido muitas coisas, porém, vimos que essas “muitas coisas” na verdade eram poucas, e que ainda precisamos aprender MUITAS coisas.
Uma destas coisas que aprendemos é que terceirizar algumas funções traz bastante resultado. Além de ser melhor executado, ficamos mais a vontade para tratar melhor o público. O que carregamos da primeira foi manter a essência e a simplicidade!

E o que precisa melhorar para a próxima?
Tivemos vários contratempos, o maior dele foi a chuva. Esse não tínhamos o que fazer para melhorar, mas o que iremos melhorar para a próxima é, com certeza, a parte do sound system.

Nas duas edições tivemos um lineup recheado de artistas locais, vocês pensam em abrir as portas para DJs de outros estados?
Sim, com certeza! Nesta última edição tivemos cinco artistas de Santa Catarina, na próxima teremos artistas de outros estados e talvez, até de outros países.

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