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Há alguns anos venho notando como a falta de respeito se tornou o headliner nas festas e festivais sejam esses de grande ou pequeno porte, realizados no Sul, Nordeste ou Sudeste. O coletivo que antes podíamos observar dentro do cenário eletrônico tem se tornado cada vez mais individual.

São os núcleos querendo tirar vantagem de artistas oferecendo cachês baixíssimos, oferecendo trocas por consumação e ingressos ou muitas vezes nem pagando o que foi combinado, quando falo em artistas não me refiro a apenas ao DJs, hoje em dia temos vários tipos de artistas que trabalham direta ou indiretamente em uma festa como o pessoal do audiovisual, decoração, intervenções entre outros.

Com a popularização do eletrônico, muitos núcleos enxergaram nas festas uma grande oportunidade de lucrar em cima de seu próprio público. Concordo que ter este lucro é necessário para o crescimento do núcleo e também da cena, porém, alguns preços de ingressos e bares que temos visto ultimamente estão surreais.

Pelo lado dos artistas, temos os que insistem em repetir sets inteiros e esquecem-se da missão de educar o público, os que poluem o mercado aceitando as condições miseráveis propostas pelos produtores, que não comparecem as festas e até mesmo os que plagiam tracks.

Fechando este ciclo vicioso temos o público, este sim, um caso cada dia mais complicado. Nos últimos anos temos visto cada vez mais casos de pessoas subindo nas caixas de som, invadindo palcos e até mesmo agredindo artistas. Já a questão de roubo então nem se fala, basta acessar as páginas dos eventos que teremos pelo menos um relato sobre uma mochila que foi roubada ou até mesmo a obra que um artista resolveu expor.

Não existe respeito nem com o próprio corpo. Quantos, sem informação nenhuma, se entopem e misturam as mais variadas drogas lícitas e ilícitas em nome de uma psicodelia que nunca chegarão a encontrar, pelo contrário, acabam gerando confusões e convulsões.

Estamos chegando a um ponto cada vez mais sem volta (se já não chegamos!), por isso é hora de colocarmos a mão na consciência seja você organizador, artista ou público, e entendermos que para a cena realmente crescer este ciclo precisa acabar.

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