Psicodelia é vida

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“A experiência psicodélica é caracterizada pela percepção de aspectos da mente anteriormente desconhecidos, inusitados ou pela exuberância criativa livre de obstáculos” e que experiência mais incrível o núcleo Dac Art nos proporcionou neste último final de semana com o Vollmond Festival. Um festival pequeno, que mesmo em sua segunda edição, mostrou que ainda é possível realizar um evento com corpo e alma de um verdadeiro festival.

O lugar escolhido para a realização do Vollmond foi uma chácara em Ponta Grossa (120kms de Curitiba), com um amplo espaço para camping, muita sombra e uma piscina que ajudou a refrescar o inverno cearense curitibano. Um dos detalhes que mais me chamou a atenção foi que mesmo com centenas de pessoas era possível deixar a barraca aberta ou até mesmo sem cadeado que ninguém mexia em nada, algo cada vez mais raro considerando festivais maiores tanto em tamanho e história.

Outro ponto que vale muito a pena ressaltar foi a utilização de energia renovável na pista alternativa do festival, ideia trazida pelo “Professor Pardal” Francisco Magalhães da FJMSoft, onde todas as caixas de som e equipamentos eram abastecidos através das placas solares.

Já a pista principal, que lugar! Ficava no meio de um corredor de pinheiros e junto a decoração produzida pelo pessoal da Dac Art e Arte Beta criaram um espaço harmonioso entre a música, o lugar e o público. Uma pista sem nenhum gazebo, poucas cadeiras e zero lixo ou microlixo, quando algum descuidado “esquecia” uma garrafa vazia ou uma bituca de cigarro no chão, outra pessoa já assumia a responsabilidade de jogar no lixo ou nas várias bituqueiras espalhadas pela pista.

O lineup da pista principal contou com artistas de Forest, Progressive, Prog Dark, Full On, Hi Tech entre outros gêneros, com direito a CINCO horas do projeto argentino Tyamat, que mostrou que os argentinos não são bons apenas em produzir alfajores.

Um dos problemas que atinge todos os grandes eventos e que também presenciei no Vollmond foi a questão dos banheiros, tanto para o banho que em algumas horas chegou a faltar água — muitas vezes culpa do público que pensam que estão em casa e demoram 30 minutos para tomar um simples banho — quanto os banheiros “químicos”.

Porém, mesmo com essa questão digo com toda a certeza que o Vollmond recolocou o Paraná na rota dos verdadeiros eventos psicodélicos do país. Que venham as próximas edições e que o público abrace e cuide cada vez mais de festivais como este.

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