“É infinito e não para….” basta essa frase sair das caixas para a pista ir a loucura. A track “Índio Maluco”, lançada pelo catarinense Paulo Vilela antes mesmo do nascimento do “Vegas” não apenas mudou a história do DJ, mas também iniciou toda uma geração nas atuais festas eletrônicas.
Nesta história já constam capítulos como tocar no Universo Paralello, tours pela Europa, PVTs em Joinville, a #produtonacional e agora o artista começa a escrever mais um capítulo: O lançamento do seu primeiro álbum. Com lançamento previsto para o próximo mês “Good Things” irá agradar a todos do main floor e até mesmo aqueles que gostam do chillout.
Após cinco anos tive o prazer de, mais uma vez, bater um papo com o artista. Desta vez o foco foi exclusivamente seu novo CD, o qual ouvi ontem e confesso que me surpreendeu. Destaque para as tracks: “Black Eyes”, “Akasha”, “Boedo Grooves (em parceria com o argentino Sequence) e a grande surpresa do álbum “Pôr do Sol”.
Confira abaixo como foi esse papo e na próxima vez que encontrar com o Vegas, além da foto peça um CD.
São 7 anos de Vegas, qual a sensação de lançar o primeiro cd?
É uma realização pessoal quanto profissional, ver tantos meses de planejamento e dedicação resumidos em 9 faixas, é como se fosse um filho, é uma alegria imensa.
Em tempos de EPs, por que lançar um CD?
Lançar EPs e Singles da menos trabalho, pois com apenas duas ou três tracks você pode lançar o trabalho, porem as vezes não consegue passar toda sua capacidade musical em poucas faixas. Eu sempre tive vontade de lançar um álbum, com um álbum você consegue mostrar toda a sua amplitude musical, pode viajar dentro do estilo. Com um EP fica difícil você sair muito da sua linha, já em um álbum você pode variar sua linha sem perder a sua identidade e mostrar ao seu público coisas novas, alem de expandir o trabalho a aqueles que conhecem apenas os “hits” que temos uma variedade musical ampla.
“As vezes precisamos arrancar sorrisos e lagrimas de felicidade ao invés de gritos e pulos”
Realmente podemos notar essa variação de linha, a primeira intitulada por alguns de “comercial” como na “Good Things” e uma mais progressiva como a “Black Eyes“. Na sua opinião, o que o público pode esperar deste álbum?
Desde quando iniciei o álbum não me prendi ao conceito Comercial x Underground, apenas deixei-me levar e produzir o que realmente queria produzir naquele momento, com isso algumas tracks saíram mais progressivas e sem drops alucinantes e outras mais explosivas como são as tracks atuais do Vegas. O público pode esperar uma diversidade musical ampla, do chill out de 70bpm a Tracks explosivas de 140bpm.
As duas últimas tracks são produções que nunca imaginaria o Vegas tocando. Existem planos para um projeto de chill out?
Sempre tive muita vontade, e sempre falo para mim mesmo que vou começar um projeto de chill out, porém o Vegas me ocupa muito tempo hoje, e estou em um momento da carreira que preciso do foco total no Vegas, quem sabe ao passar dos anos eu consiga dar vida a um projeto de musica alternativa.
Como seria o nome desse projeto?
SPOQ — Sons Para Ouvir no Quarto.
Como foi o processo de criação do álbum e a escolha de parcerias para este projeto?
O processo de criação durou 11 meses, foram 11 tracks produzidas e 2 descartadas, foi complicado pelo fato das viagens, e ao mesmo tempo que produzi o álbum não poderia ficar sem lançar nada. Durante esse período eu produzi mais duas tracks “orginais mix” e um remix para o Major7, ou seja no total em 11 meses eu produzi 14 tracks.
Foi muito tempo de estúdio e sempre conciliando com as gigs e turnês internacionais, por exemplo em Março deste ano, na reta final do álbum eu fiquei praticamente todo mês fora do Brasil entre Europa e México, então qualquer tempo livre que eu tinha eu estava no estúdio.
Quanto as parcerias eu escolhi pessoas que de alguma forma contribuíram na minha caminhada até aqui, Tiago aka 4I20 que hoje é a mente por trás da Alien Recs e que foi uma das primeiras gravadoras a abrir as portas para mim a muito tempo atrás quando praticamente todas diziam não. Fernando Aka Sequence é um argentino amigo pessoal de muitos anos, quando eu estava iniciando na produção ele me ensinou muita coisa, passávamos muitas horas no estúdio dele em Buenos Aires no bairro Porteño de Boedo (por isso o nome de uma das tracks do álbum, Boedo Grooves). Leonardo Aka Cosmonet é uma lenda do psytrance nacional um dos mais antigos projetos de psytrance brasileiro, o “tiu leo” foi um cara que quando eu precisei dar um upgrade na qualidade das minhas musicas ele abriu as portas do seu estúdio e me ensinou muita coisa, cada um tem uma importância especial nesse álbum.
“Índio Maluco” esteve em seus sets durante muitos anos, acredito que até hoje o público deve gritar para tocar ela. Neste novo projeto, para você, existe alguma track que será a nova “Índio Maluco”?
Sim ate hoje pedem para eu tocar ela, é uma track especial que me projetou no cenário nacional pelo fato de ser diferente de tudo, mas creio que tudo é um ciclo, ela virou um clássico, marcou época, perdi as contas de quantas pessoas tatuaram as frases da musica… Igual a ela sinceramente vai ser muito difícil ter outra, raramente em algumas ocasiões especiais eu toco ela, e inacreditavelmente a pista explode como se estivesse tocando ela pela primeira vez hehehe
Em 2012 fiz uma entrevista contigo e perguntei qual a melhor track que você já havia produzido, sua resposta foi “Vegabass”. Cinco anos depois ainda mantém ela como a preferida?
É uma track boa, mas muita coisa mudou de la pra ca, principalmente a qualidade. Eu gosto dela mas não é mais a minha preferida. Atualmente eu gosto muito da “Good Things”, pelo fato de ser simples e complexa ao mesmo tempo, uma harmonia perfeita, uma track que não explode a pista, porém mexe com o lado emotivo das pessoas, as vezes precisamos arrancar sorrisos e lagrimas de felicidade ao invés de gritos e pulos.
Quando o CD estará disponível?
A data de lançamento será dia 07 de julho pela Alien Recs, disponíveis em todas as plataformas, Beatport, Spotify, Youtube, Soundcloud etc… e também teremos cópias físicas.
Primeiro CD lançado, varias apresentações agendadas pelos quatro cantos do país, considerado um nome importante no cenário eletrônico…. Qual a próxima realização como DJ?
A ideia é levar minha arte pelo mundo a fora agora, tenho iniciado um bom trabalho na Europa e México, é um processo lento que leva um certo tempo para se consolidar, porém como sempre, tenho muita calma com isso, as coisas tem que acontecer naturalmente