Festival Terra Azul #1

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É tão bom ver as pessoas que realmente amam a música eletrônica envolvidas em projetos relacionados a este cenário que de uns tempos para cá vem se tornando cada vez mais “prostituído”. Em tempos onde o lucro da festa é mais importante do que os comentários positivos e aquela sensação de dever cumprido, a organização do Terra Azul decidiu ir na contra mão desta “freeway” e no último sábado (10.12) realizou a primeira edição do Terra Azul Festival.

O local escolhido para a realização do festival foi a Chácara Terra Azul em São José dos Pinhais. O caminho do estacionamento até a pista exigiu certo cuidado para algumas pessoas que estavam com calçados lisos e em determinados momentos acender uma lanterna para saber onde se pisava. Antes de se ouvir o som a decoração da festa já chamava a atenção. O palco, em forma de oca, possuía uma maquina de fumaça e que passava a impressão de que havia uma fogueira quando a mesma era ligada; a tenda simples, mas eficiente, decorou durante a noite e serviu de abrigo do sol durante o dia, mais uma vez serviu para “calar a boca” daquelas pessoas que insistem em dizer que elas estão em desuso.

Após dias de chuva, a última lua cheia do ano decidiu aparecer, mesmo que timidamente e deixou um clima perfeito para aqueles que estavam com saudades de uma verdadeira festa eletrônica. As pouco mais de 500 pessoas que estiveram presentes nas quase 24 horas de festa, com certeza não se arrependeram em trocar festas tradicionais como a edição de 15 anos da XXXPerience pelo Festival Terra Azul.

A noite ficou marcada por sons “pesados” de projetos como o do russo Sasha, dos paranaenses Mar Schiavon aka Urucubaca e Anginha e também pela apresentação artística de Daniel Korne que deu um colorido a mais na festa com seus malabares de luz e fogo.

Quando a lua deu lugar ao sol, foi possível observar um pouco mais da paisagem. O verde que cercava toda a pista, os pés de laranjas, amoras “gigantes” e um lago que deixou muitas pessoas com vontade de entrar foram o bastante para renovar as energias de todos os presentes. O dark foi dando lugar ao full on e ao progressivo, projetos locais como Jhou Haller, Dougue, Ahlan Droid foram os destaques ao lado do carioca Analog Drink.

Com pés descalços, saias, calças saruel o público aproveitava o sol e se entregava de vez a festa. Nas ultimas horas de festival o astro rei castigava a pista principal e poucas pessoas se arriscavam a encará-lo, muitos dos presentes resolveram se reunir com os amigos (novos e antigos) e sentar-se em baixo das várias sombras produzidas pelas árvores e pela tenda.

A estrutura do evento é outro ponto que merece os parabéns, com exceção da localização dos banheiros que segundo a organização o fornecedor só permitiu a instalação dos mesmos no alto do morro. A praça de alimentação com crepes (inclusive um de banana e chocolate que irá deixar muitas pessoas com água na boca só de imaginá-lo), os preços justos e o rápido atendimento no bar me fizeram lembrar as festas de antigamente.

Hoje em dia algumas festas consideradas “grandes” mesmo com seus lucros absurdos insistem em cobrar sete reais por uma garrafa de água (que muitas vezes ganham de distribuidores) e 14 reais por meio copo de catuaba e meio de gelo, que quando vemos festas menores cobrando 3 reais pela água, 5 reais pelo copo de catuaba SELVAGEM e ainda fazer uma promoção no final de compre uma leve duas, nos faz ressurgir aquela sensação de que ainda existe uma esperança para a psicodelia.

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