A psicodelia indoor da Modulation

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Aldous Huxley em seu ensaio Portas Abertas da Percepção descreveu sua experiência com peiote, de como este pequeno cacto o ajudou a ampliar sua percepção sensorial, para os que ainda não leram este livro que influenciou outros escritores como Timothy Leary e até mesmo a banda The Doors fica a dica.

As festas, homônimas, organizadas pela crew Modulation, desde a sua primeira edição, realizada no ano passado estão proporcionando estas mesmas experiências porém, sem o uso de peiotes ou qualquer outro alucinógeno (ou não).

Curitiba está passando por um período de reciclagem em relação a psicodelia, nos últimos dois anos novas festas surgiram com o objetivo de resgatar algo que acreditavamos ser impossível de vivermos novamente.

A última edição da Modulation, realizada no dia 23, mostrou que este objetivo por parte do núcleo continua sendo bem sucedida. A transformação que a organização com a ajuda da Arte Beta foi incrivelmente alucinante, nunca podia imaginar e nem sentir algo como o que foi nos proporcionado.

Alchemy Circle. Foto: Flávio Ribeiro

Assim como na primeira edição a Modulation#02 teve seu lineup principal voltado para sons noturnos, com destaque para a duo brasiliense Mad Goblins, que antes de embarcarem para uma turnê na República Theca também apresentou seu projeto de progressive dark Alchemy Circle. Completaram o line projetos locais como Phrysoma, Gargolium, Skancke que fez um vesus com o duo Peia e Tarti, além de Golem, Junka e Anunnaki.

Nesta edição a organização resolveu expandir um pouco mais o projeto e também a mente do público e optou por uma pista alternativa exclusiva para o Techno, apesar de poucas pessoas permanecerem nesta pista, confesso que seria uma excelente alternativa para as próximas edições. Muitos projetos e sons ótimos foram apresentados lá e não prejudicou em nada a identidade da festa em ser underground, pelo contrário apenas colaborou ao mostrarem que o techno também continua under.

A ideia principal em trazermos para Modulation uma pista alternativa de techno foi de justamente quebrar alguns tabus que algumas pessoas da cena do psytrance ainda possuem com relação ao techno, que por ser uma vertente “low bpm” muitas vezes não é vista como underground, e que ainda alguns criaram um certo preconceito, sendo que o techno é a vertente que diretamente influenciou (e ainda influencia) muitos artistas do trance psicodélico. Nossa proposta é resgatar a ideia de que música boa, música de qualidade e música underground vai muito além de BPMs, e que existem vertentes do techno que são tanto ou até mais psicodélica que o psytrance. (Wilian Stanck — Warenhaux)

Wakanda: Foto: Flávio Ribeiro

Além da pista “alternativa” a Modulation trouxe também para seu público o projeto Wakanda, projeto esse idealizado por Caroline Borcate, que busca mostrar que a arte nas festas vai muito além da música e vem se tornando cada vez essenciais para a cena eletrônica.

Confira abaixo os belos registros feitos por Flavio Ribeiro, da Mushpics.

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