Nos últimos dois anos a cada ida à Bahia tenho escutado cada vez mais histórias incríveis de um festival na Chapada Diamantina, histórias de como o lugar é mágico, de como a energia da pista e os vários sorrisos são contagiantes e, principalmente, de como um festival vem se destacando entre os milhares que já existem.
Para contar um pouco e mostrar muito sobre o Ressonar, convidei o fotógrafo carioca e xará Rodrigo Fávera que registrou a última edição do festival.
Abaixo você confere um rápido bate-papo e as primeiras fotos liberadas pelo fotógrafo. Outras fotos do festival e um pouco mais do belíssimo trabalho do Fávera você pode acompanhar na fanpage.
Qual a sensação de estar e fotografar um festival como o Ressonar?
A minha história com o Ressonar aconteceu de uma forma inesperada e meio em cima da hora, estava na Bolívia em novembro, cobrindo o Akra Festival, quando tive o prazer de conhecer um dos organizadores do Ressonar, onde consegui mostrar meu trabalho quase que em tempo real. A partir disso a conexão foi feita e fluiu.
Não vou te dizer que fotografar o festival tenha sido simples, sofri bastante com o calor intenso, a geografia irregular, obstáculos naturais e a disposição do palco, principalmente o Trance Temple. Fotografar os DJs foi uma missão mais complicada que o comum, mas afirmo que compensou e muito. Foi uma experiência muito rica e gratificante.
Nos últimos anos temos ouvido falar bastante do nome do Ressonar, você acredita que pode acontecer uma “invasão” como ocorrerão em festivais como o Universo Paralello e Kranti?
Pelo contato que tive com os organizadores, a invasão não é algo que assusta. Parece que estão todos bem tranquilos e conscientes que o Ressonar não deve ficar maior do que ele já é. Em time que esta ganhando não se mexe e tudo indica que eles levarão isso em consideração.
Para você o que o Ressonar tem de diferente dos outros festivais?
O ano de 2014 foi um ano cheio de festivais bacanas, mas aonde pude perceber também muita ganância e comportamentos errados como: abuso nos preços, roubos a barracas, abuso das equipes de segurança e etc. Coisas que eu simplesmente não vi no Ressonar!
O que eu vi foi o festival mais rico em cultura no qual já estive presente. Um festival com um Chill Out impressionante, com momentos incríveis no Trance Temple; um festival com uma energia poderosa, forte, mais pra cima, vi muitos sorriso, gritos, pulos sem que em nenhum momento ficasse “carregado”.
Um festival bem cheio, mas sem roubos, onde você perdia pertences e conseguia encontra-los, até 24horas depois de ter perdido-os. Resumindo, foi uma experiência completa e satisfatória, e infelizmente, não é sempre que isso ocorre num festival.
Sei que você ainda está no começo da edição das milhares de fotos que fez, mas já existe alguma preferida
Muito difícil escolher, neste momento, uma foto preferida, mas dessa vez preferi começar com um álbum em preto e branco, com um foco bem humanizado. Arrisco a dizer que essas fotos poderiam ter sido feitas em qualquer lugar do mundo aonde há amor e arte, fugindo um pouco da temática “festival de psytrance”.